sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A MATEMÁTICA CONTRA A DENGUE. ALERTA!


A MATEMÁTICA CONTRA A DENGUE

É POSSÍVEL SALVAR VIDAS COM A AJUDA DA MATEMÁTICA?

Mário Tourinho

Você sabia que o mosquito da dengue pode botar até 450 ovos durante toda a sua vida? E que cada fêmea vive de 30 a 45 dias podendo contaminar até 300 pessoas neste período? Quer dizer: se em uma ninhada de 450 ovos nascerem dois terços de fêmeas, pelo menos, 90.000 pessoas poderão ser infectadas. E sabe qual é a sua chance de ser picado se você fizer parte deste conjunto? Tem mais: quantos mililitros de água limpa são necessários para o Aedes se reproduza? O que está acontecendo em muitas cidades do Brasil é epidemia ou endemia? Tem quantas pessoas infectadas, quantas já morreram? De quem é a culpa do que está acontecendo? Ser não cuidarmos a situação pode se agravar.

Perceberam quantos questionamentos ligados à Matemática podem ser feitos usando como pano de fundo a questão da dengue? E não é somente isto. Dá para interagir com Ciências, com História, com Língua Portuguesa, e outras áreas do conhecimento. Dá também para discutir questões sociais, políticas e econômicas, enfim, levar os alunos a conhecerem e praticarem ações que venham a ajudar na solução deste grave problema. Mais do que isso! È possível ajudar a salvar vidas!
Uma abordagem desta natureza facilita e desperta o interesse dos alunos pelo estudo da Matemática, uma vez que a disciplina estaria sendo estudada atrelada a um assunto que diz respeito ao cotidiano e a própria sobrevivência de cada um.

A situação continua grave, segundo o Ministério da Saúde. Em muitas cidades de nosso estado e de todo o Brasil o risco de Mas, não é por isso que outras localidades não devam se preocupar. O problema está muito próximo da gente do que  agente imagina. È óbvio que nem alunos, nem professores, funcionários, comunidade escolar, ou qualquer cidadão, querem correr riscos de morrer ou perderem parentes e amigos por causa de um simples mosquito, concordam?

Então fica a sugestão: que tal trabalhar aspectos da dengue ligados à Matemática? È um bom caminho para conscientizar os nossos alunos quanto à necessidade de todos participarem do combate à dengue. Use sua criatividade. Desenvolva projetos e ações e implemente na sua escola.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O papel da escola no combate à corrupção

Montagem com foto de Stockphotos

Bastante interessante o artigo da escritora e psicanalista Betty Milan, colunista da Revista Veja, sobre o papel da escola no combate à corrupção. Leiam abaixo a transcirção.

O PAPEL DA ESCOLA NO COMBATE À CORRUPÇÃO

"Se a educação não focalizar o vício nacional da corrupção, deixará de cumprir o seu papel. A escoladeve se ocupar da formação do cidadão"

O ensino no Brasil é sabidamente ruim, para não dizer péssimo. Comparação recente mostra que os melhores alunos brasileiros ficam nas últimas colocações internacionais. Uma educação que não permite atingir boas médias nesse tipo de disputa é arcaica, porque inviabiliza a inserção no mundo atual, altamente competitivo e globalizado. Isso obviamente significa a necessidade de aprimorar a formação de professores e alunos.

A reflexão sobre a educação nacional, contudo, precisa levar em conta que o Brasil está entre os países mais corruptos. Em outras palavras, precisamos dar ênfase tanto ao ensino competente das matérias quanto à formação de cidadãos capazes de respeitar a lei. Se a educação não focalizar o vício nacional da corrupção, em busca de sua superação, deixará de cumprir o seu papel. Porque não estará se empenhando em formar brasileiros contrários ao crime. Num país em que a lei é tradicionalmente desrespeitada, é fundamental ensinar o respeito a ela. Porque só a lei desautoriza os abusos e só ela torna a punição legítima, evitando a justiça que o homem faz com as próprias mãos.

A escola deve se ocupar da formação do cidadão. Mas a educação cívica brasileira não pode ter como modelo a de países cujos problemas não são os mesmos que os nossos. Não basta transmitir os fundamentos da República – temos de levar em conta a nossa formação histórica, ensinando, por exemplo, as crianças a diferenciar o poder, que não aceita limite, da autoridade, que não se concebe sem o limite. Temos de ensiná-las a discernir amizade de cumplicidade. Ou seja, a diferenciar o amigo – que é de paz e tem pelo outro um amor independente do interesse – do cúmplice, que só se liga por interesse.

A escola precisa educar transmitindo valores. Isso não significa, porém, que a atividade docente deva ser politicamente engajada. Ela necessita reger-se, antes de mais nada, pelo princípio da neutralidade política. Fazer das aulas um lugar de doutrinação é um equívoco, como dizia a filósofa alemã Hannah Arendt. Porque a doutrinação é contrária ao desenvolvimento do espírito crítico, que a boa educação também requer.